Estão acontecendo mudanças climáticas em outros planetas do sistema solar?
O que a ciência diz...
Há três erros fundamentais no argumento de que 'outros planetas estão aquecendo'. Nem todos os planetas do sistema solar estão aquecendo. O sol não vem demonstrando nenhuma tendência de longo prazo desde 1950. De fato, ele está mostrando uma ligeira tendência de resfriamento nas últimas décadas. Existem outras explicações para o aquecimento dos outros planetas.
Outros planetas estão aquecendo
"A Evidência de que o CO2 não é o principal mecanismo de controle do aquecimento neste planeta é dada pelo aquecimento simultâneo de outros planetas e luas em nosso sistema solar, apesar deles, obviamente, não sofrerem com as emissões antrópicas de gases de efeito estufa.
Marte, Tritão, Plutão e Júpiter, apresentam aquecimento, o que aponta o Sol como a influência dominante na determinação do clima através do nosso sistema solar." (Ian McClintock)
A base desse argumento é de que o sol deve estar causando o aquecimento global e, de fato, o aquecimento em todo o sistema solar. Existem vários erros nessa linha de pensamento. Em primeiro lugar, a afirmação de que todo o sistema solar está aquecendo é errada. Cerca de 6 planetas ou luas, dentre os 100 corpos conhecidos no nosso sistema solar, tem apresentado algum aquecimento. Por outro lado, Urano está resfriando (Young 2001).
Em segundo lugar, a teoria de que o sol está causando o aquecimento global desmorona quando consideramos que o sol tem mostrado pouca ou nenhuma tendência desde os anos 1950. Uma variedade de medições independentes da atividade solar, incluindo dados de satélite, número de manchas solares, níveis de UV e magnetogramas solares, apresentam um panorama consistente. Ao longo dos últimos 35 anos de aquecimento global, sol e clima tem se movido em direções opostas.
Isso levanta a seguinte questão - o que está causando o aquecimento em outros planetas? Com exceção de Plutão, a mudança climática nos outros planetas é bem compreendida:
- O clima de Marte é controlado, principalmente, pela poeira e pelo albedo. Tempestades de poeira globais aumentam o albedo da superfície através da sedimentação da poeira clara sobre as superfícies escuras. Um albedo mais elevado faz com que mais luz solar seja refletida, o que tem um efeito de resfriamento. Fotografias da superfície de Marte de 1977 e 1999 mostraram que esta estava mais clara em 1977 e mais escura em 1999. No entanto, isso não aponta, necessariamente, para uma tendência de aquecimento a longo prazo - a fotografia de 1977 foi feita pouco tempo depois de uma tempestade de poeira, enquanto que a fotografia de 1999 foi tirada antes de uma. Consequentemente, há pouca evidência empírica de que um aquecimento global de longo prazo esteja ocorrendo em Marte (Richardson 2007). Mais em Marte...
- A órbita de Netuno está sob observação há 164 anos (1950 até hoje), o que representa menos de um terço de um ano netuniano. Uma modelagem climática do planeta sugere que seu brilho é uma resposta sazonal (Sromovsky 2003). P. ex., o hemisfério Sul de Netuno está entrando no verão. Mais sobre Netuno ...
- A maior lua de Netuno, Tritão, tem se tornado mais quente desde que a sonda espacial Voyager esteve lá em 1989. A lua está se aproximando de um verão extremo no hemisfério sul, uma estação que ocorre a cada algumas centenas de anos. Durante esse período, o hemisfério sul da lua recebe mais luz solar direta (Elliot 1998).
- As tempestades de Júpiter são alimentadas pelo próprio calor interno do planeta (a luz solar é 4% da energia solar recebida na Terra). Quando várias tempestades se fundem em uma única tempestade maior (p. ex., Red Spot Jr), o planeta perde sua capacidade de misturar o calor, causando aquecimento no equador e resfriamento nos pólos (Marcus 2006). Mais de Júpiter...
- O aquecimento de Plutão não está completamente compreendido. A órbita de Plutão é muito mais elíptica do que a de outros planetas, e seu eixo de rotação é inclinado por um grande ângulo em relação a sua órbita. Esses fatores poderiam contribuir para as mudanças sazonais drásticas. Como a órbita de Plutão equivale a 248 anos na Terra, e o aquecimento foi observado apenas nos últimos 14 anos, é provável que ele represente apenas uma resposta sazonal (Sromovsky 2003).
Última atualização em 21 de Outubro de 2016 por John Cook. Ver Arquivos
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Translation by claudiagroposo, . View original English version.
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