O que aprendemos com a previsão de 1988 de Hansen?
O que a ciência diz...
Os resultados de Hansen de 1988 são evidência de que a real sensibilidade do clima é aproximadamente de 3°C quando se dobra o nível do CO2 atmosférico.
A previsão de 1988 de Hansen estava errada
"Em 23 de Junho de 1988 James Hansen, cientista da NASA, testemunhou perante a Câmara dos Deputados que havia uma forte "relação de causa e efeito" entre as temperaturas observadas e as emissões antrópicas para a atmosfera. Naquela época, Hansen também produziu um modelo do comportamento futuro das temperaturas globais, que ele transformou em um vídeo que foi amplamente divulgado no Congresso. Tal modelo previu que as temperaturas entre 1988 e 1997 aumentariam em 0,45 °C (Figura 1). Medidas de temperatura ao nível do solo do IPCC mostram um aumento de 0,11 °C, ou mais de quatro vezes menos do que o previsto por Hansen. A previsão feita em 1988 foi um fracasso surpreendente, e a declaração do IPCC em 1990 sobre a natureza dessas projeções estava errada." (Pat Michaels)
Em 1988, James Hansen projetou tendências de aquecimento futuros. Ele utilizou três cenários diferentes, identificados como A, B e C. Cada um representava diferentes níveis de emissão de gases de efeito estufa. O cenário A assumiu que as emissões continuariam a acelerar. O cenário B assumiu uma desaceleração e eventualmente uma taxa de crescimento contínuo. O cenário C assumiu um rápido declínio nas emissões próximo ao ano 2000. As emissões reais de gases de efeito estufa desde 1988 têm ficado próximas ao cenário B. Como mostrado abaixo, o aquecimento real tem sido menor do que o cenário B.
Figura 1: Temperatura da superfície global modelada para os cenários A, B e C, comparadas com dados observacionais.
Como o cientista climático John Christy observou, "isso demonstra que o antigo [modelo climático global da] NASA era consideravelmente mais sensível aos gases do efeito estufa que a atmosfera real." No entanto, o Dr. Christy não investigou o motivo do modelo climático ser tão sensível. Existem duas razões principais para a previsão superestimada de Hansen:
- O cenário B, que era o mais próximo da realidade, superestimou ligeiramente o aumento dos gases de efeito estufa. Não apenas o dióxido de carbono, mas também o metano e os clorofluorocarbonetos (CFCs).
- O modelo climático de Hansen usou um parâmetro de sensitividade climática muito elevado. A sensitividade climática descreve o quão sensível é o clima global em relação a uma mudança na quantidade de energia incidindo na superfície da Terra e na baixa atmosfera.
Se considerarmos o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera inferior, podemos comparar as taxas de aquecimento global observadas com as taxas projetadas, conforme a versão avançada deste argumento [em inglês]. De modo a prever com precisão o clima global dos últimos 22 anos, o modelo climático de Hansen precisaria ter apresentado uma sensibilidade climática de aproximadamente 3,4°C para o dobro de CO2 na atmosfera. Esse valor está dentro do intervalo de sensibilidade climática estimado pelo IPCC, de 2 - 4,5°C para o dobro de CO2 na atmosfera. É até um pouco maior do que o valor atualmente aceito como mais provável, de 3°C.
Em suma, a principal razão para as projeções de Hansen em 1988 terem sido demasiado altas é que ele utilizou um modelo climático com elevada sensibilidade climática. Seus resultados são, na verdade, evidência de que o parâmetro de sensibilidade climática real está dentro do intervalo aceito pelo IPCC.
Refutação básica escrita por John Cook
Nov. 13, 2017 - Gráfico atualizado com dados até 2016 (BaerbelW)
Atualização em Julho de 2015:
A seguir é apresentada uma videoaula relacionada ao tema abordado, do curso online Denial101x - Making Sense of Climate Science Denial
Última atualização em 14 de Novembro de 2017 por pattimer. Ver arquivos
Translation by Luciano Marquetto, . View original English version.
Argumento cético...